DIRETORIA DE MEIO AMBIENTE DA UFRN FECHA O ANO DE 2023 COM SUPERAÇÃO DE DESAFIOS
Jô Carvalho
13/12/2023
Resiliência: a palavra chave que definiria o ano de 2023, na Diretoria de Meio Ambiente da UFRN. Para o diretor da DMA, Herbete Hálamo, o ano foi desafiador com incertezas em relação a questões orçamentárias, o que culminou em empenho para a continuidade de contratos e aquisições.
Apesar das dificuldades de um ano bastante voltado para esforços administrativos, ainda sob reflexos da pandemia, o diretor afirma ter o que celebrar.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Desenvolvida por profissionais comprometidos com uma nova forma de produção e trabalho, que minimize impactos negativos, a Mostra de Ecoprodutos, Ecodesign, Economia Solidária e Serviços Sustentáveis, da UFRN - ECOARTE, é um dos reflexos da superação aos desafios, tendo um crescimento surpreendente, no último ano.
Para Marjorie Medeiros, coordenadora do Programa de Educação Ambiental da DMA, e do projeto, a ECOARTE é um convite à sociedade para reflexão sobre o consumo e os caminhos dos resíduos produzidos, antes de descartá-los.
Com uma visão econômica de geração de trabalho e renda, a ECOARTE trouxe, para os visitantes, produtos de origem artesanal não-poluentes, atóxicos, benéficos ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos. Segundo Medeiros, os artigos expostos mostraram o equilíbrio nas relações entre produto e ambiente, em todo seu ciclo de vida, o que significa, entre outras coisas, reduzir a geração de resíduos, dar destinação correta e minimizar os custos da disposição final.
Foram 11 edições da ECOARTE, em 2023, que aconteceram no início de cada mês. 7 edições aconteceram no Centro de Convivência, envolvendo entre 85 e 104 expositores (dos 262 cadastrados). Outras edições menores do projeto aconteceram na INFRA, no CCSA, no IDEMA e no Parque das Dunas. A estimativa é que, em cada edição, cerca de 800 pessoas tenham visitado o evento.
Evento de alcance nacional, o projeto de ciclo de palestras DIÁLOGOS SUSTENTÁVEIS promoveu o debate entre a comunidade universitária e a sociedade em geral, no modo on line, promovendo a reflexão sobre a importância da preservação da vida no planeta e o desenvolvimento de uma consciência ambiental.
Durante 2023, foram realizados 6 DIÁLOGOS que alcançaram um público de 1.067 pessoas de todos os estados do Brasil e, especificamente, mais de 50 municípios do RN, além de outros países como Chile, Portugal, México, Escócia e Venezuela.
Os palestrantes convidados foram integrantes da UFRN e de diversas Instituições de Ensino Superior, além de ONGs e pesquisadores de renome nacional e internacional vindos da Escócia, Chile, Venezuela e de Mali (África).
Integrando as atividades de mobilização e formação de hábitos do Programa de Educação Ambiental da Diretoria de Meio Ambiente da UFRN (ProEA/DMA), o CIRCUITO AMBIENTAL promoveu 13 edições de palestras sobre os programas e projetos institucionais de sustentabilidade desenvolvidos pela DMA. No Campus Central, as palestras foram seguidas por visitas guiadas à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), à Unidade de Armazenamento Temporário de Resíduos (UATR), ao Horto, ao Laboratório de Botânica Aplicada e à Casa de Vegetação da UFRN, tendo o acompanhamento de profissionais qualificados.
Em 2023, os CIRCUITOS envolveram 447 pessoas. Participaram estudantes de graduação e de pós-graduação da UFRN; estudantes e professores do Instituto Federal do Rio Grande do Norte – IFRN, de diversos campi, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA, e estudantes e professores de escola pública de Natal. Além disso, acrescenta Marjorie, tivemos a participação de professores e técnicos da UFRN.
Ainda entre suas principais ações, o Programa de Educação Ambiental realizou 9 atividades de capacitação em parceria com a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas – Progesp, e uma com a Pró Reitoria de Pós-graduação, além de 3 rodas de conversa (202 participantes) e 1 mesa redonda (27 participantes).
Para 2024, a coordenadora do ProEA espera uma ampliação das atividades de mobilização, sensibilização e capacitação em educação ambiental, tendo em vista a necessidade de aumentar a participação e engajamento de servidores, técnicos e docentes, nas ações de sustentabilidade desenvolvidas pela UFRN, principalmente naquelas que integram o Plano de Logística Sustentável da Universidade (PLS UFRN).
PLANTIO E CONTROLE FITOSSANITÁRIO DAS ÁRVORES DO CAMPUS CENTRAL
ARBORIZAÇÃO
Arborização é o programa da DMA onde se desenvolve a gestão de áreas verdes, desde a produção de mudas florestais até a análise de risco em árvores. Entre as principais atividades desenvolvidas pela equipe de biólogo, bolsistas e terceirizados, estão a coleta e beneficiamento de sementes, o desenvolvimento de experimentos botânicos, a identificação de espécies, e o lugar onde se analisam os resultados das visitas de campo, das coletas de dados e se realiza o suporte ao licenciamento ambiental.
Para o coordenador do Programa de Arborização, biólogo Bruno Macêdo, as podas de árvores em situação de risco bateram recorde, no período da pandemia. Em consequência, nos últimos 4 anos diminuiu significativamente os episódios de sinistros (quedas de galhos ou árvores), provavelmente, segundo o biólogo, por conta do trabalho desenvolvido naquele período. A continuidade das ações de controle, em 2023, levaram à consolidação da prevenção de acidentes envolvendo árvores, que diminuíram consideravelmente.
Bruno explica que o trabalho de arborização obedece a 3 premissas:
1. Disponibilidade e adequação da área a ser plantada: por exemplo, qualidade do solo, previsão de prédios no local, entre outros; 2. A atividade de supressão de árvores requer processo de licenciamento, e um planejamento cuidadoso para compensação; 3. As supressões visam neutralizar riscos de sinistros através do monitoramento de galhos para prevenir experiências negativas sejam de ordem pessoal, ou patrimonial. Para tanto, durante o ano de 2023, treinamentos foram ministrados junto à equipe de poda, experiência que se mostrou bastante positiva, segundo Bruno.
Os serviços de manutenção relacionados à arborização foram responsáveis pelo cultivo de 100 mil m² de jardins, o que foi feito sem plantio de grama, apenas utilizando alternativas nativas, implicando em menor quantidade de água utilizada.
Em 2023, o Horto da UFRN, base para o desenvolvimento das atividades de Arborização, produziu mais de 5.000 mudas, distribuídas em quase 60 espécies diferentes da Caatinga e da Mata Atlântica potiguar.
O Horto contou ainda, este ano, com a expansão da área de plantas ornamentais.
Para 2024, o desafio, de acordo com Bruno Macêdo, será estudar e instalar novos espaços envolvendo paisagismo nativo, bem como consolidar os métodos de monitoramento de análise de risco envolvendo a arborização urbana.
DESCARTE DE RESÍDUOS NA UFRN
Acompanhando o decreto nº 10.936, de 12 de janeiro de 2022, que regulamentou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº 12.305/2010, a Unidade Temporária de Armazenamento de Resíduos destinou, às Cooperativas cadastradas, mais de 53 toneladas de resíduos recicláveis, no ano de 2023. Com a ação da Coleta Seletiva Cidadã, diminuiu o volume dos resíduos destinados ao aterro sanitário, que recebeu um total de mais de 790 toneladas, contabilizadas até o mês de novembro.
Com relação aos resíduos de construção civil, foram 580 m³ destinados para a ECOBRIT, empresa especializada em reutilização e reciclagem, quando possível, de todo resíduo descartado. Na UFRN, esses resíduos foram gerados a partir das intervenções da Diretoria de Manutenção da Superintendência de Infraestrutura, no momento da limpeza nas reformas do Campus, ou da localização e destinação de esquadrias e objetos deteriorados como portas, janelas e cadeiras, por exemplo.
No âmbito dos resíduos químicos, 10 toneladas foram destinadas corretamente. Espera-se, segundo o diretor da DMA, recursos para destinação de mais 10t, até o início do ano que vem.
O ano também teve espaço para inovações. Na Central de Reagentes Químicos, um projeto piloto foi iniciado para separação de resíduos passíveis de reutilização, comemora Herbete. Durante o ano, 131 volumes de reagentes foram reutilizados; destes, 74 unidades já foram devolvidas aos laboratórios, para reuso em práticas de aula. A iniciativa gerou uma economia com um valor médio de R$ 1.377,00, aos cofres da UFRN. A ideia é seguir com o projeto, visando a reciclagem. Para atingir esse objetivo de redução do volume de resíduos químicos descartáveis, a DMA contará com a construção de um novo laboratório: a Unidade de Tratamento de Resíduos Químicos-UTRQ, com previsão de, até o 1º semestre de 2024, estar apto a transformar o reagente usado, em reagente novo.
REFLEXOS DA PANDEMIA
Com números inexpressivos de Covid, a DMA atravessou bem o período da pandemia. O pós imediato foi mais difícil, segundo o diretor Herbete.
Sem atividades presenciais nos Campi da UFRN, durante a pandemia a forma de trabalho mudou, em vários aspectos, como nas normativas para contratações acrescidas pela Advocacia Geral da União - AGU, no Guia para Contratações Sustentáveis.
Assim, foi um desafio contornar os limites para conseguir os cumprimentos dos requisitos legais para suporte e manutenção, a exemplo do descarte dos resíduos de construção civil, que operou, em 2023, com necessidade de novas contratações, acrescenta o diretor.
2024
Para 2024, a previsão do diretor Hálamo, é de expansão das atividades da DMA, nas áreas de resíduos químicos e arborização.
Na manutenção, os planos são de treinamento para os terceirizados no uso racional da água, na limpeza, na manutenção dos jardins.
Também se trabalhará em uma nova edição do Plano de Logística Sustentável - PLS, instituindo metas para o período de 2024 a 2027.
Durante o ano que se aproxima, manter-se-á o desafio da reposição da força de trabalho, com ampliação da equipe para suprir as perdas e aposentadorias, visando manter e ampliar as atividades desenvolvidas em 2023.