DESCARTE DE RESÍDUOS CONSCIENTE
Ao educar sobre o descarte de resíduos e cuidar do meio ambiente, o projeto Descarte de Resíduos Consciente (Drecon) do Departamento de Engenharia Química (DEQ) pretende trabalhar com cooperativas e, pela primeira vez, ter uma atuação ativa com comunidades locais. Coordenado pelas professoras e pesquisadoras em Engenharia Química e Ambiental Magna Angélica e Andrea Nunes, atuam hoje seis alunos na ação.
Para disseminar a necessidade de dar atenção ao lixo, o projeto Drecon conscientiza sobre como o trato de diferentes resíduos precisa de uma responsabilidade compartilhada por todos os cidadãos. Isto é, embalagens plásticas, de aço, pneus, medicamentos, eletrônicos, resíduos de produtos químicos no geral, entre vários outros tipos de lixo, precisam de uma destinação correta para que organizações responsáveis façam as etapas finais de logística reversa.
Esse processo leva em conta a coleta seletiva (para separação correta do lixo); triagem do lixo, com objetivo de ver sua situação e sua capacidade de ser ou não reciclável; reparo e higienização, a depender da qualidade em que se encontra o lixo e de ser possível, por exemplo, trocar alguma peça; destinação final com reciclagem ou disposição adequada, em que o lixo é destinado a uma organização que pode levar os resíduos para aterros sanitários ou para coprocessamento — quando o lixo passa por uma queima e a energia gerada por essa atividade é reaproveitada.
Conquistas e Histórico do Projeto
No momento, um dos destaques principais do projeto Drecon é a participação de alunos no Simpósio Internacional Luso Brasileiro (SILUBESA), em que os integrantes da ação de extensão pesquisaram a percepção tanto da população como dos colaboradores de Farmácias e Drogarias acerca do descarte de medicamentos.
Isso é justamente uma das frentes principais do projeto: em 2022, inclusive, o Drecon contou com a professora Anita Maria de Lima — pesquisadora em Engenharia Química, que atualmente colabora com projetos no DEQ e com consultoria — para poder realizar uma divulgação mais ampla das formas de descarte apropriadas.
A inspiração para construir o projeto de extensão veio em 2019, quando Magna estava envolvida com a implantação do plano de gestão de resíduos sólidos nas escolas: “quase ninguém sabia do problema de descartar os medicamentos vencidos no lixo comum ou vaso sanitário”, relata a professora.
Naquele momento, também havia dificuldade em relação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulada pela Lei 12.305/2010, já que não havia tantos avanços quanto se esperava nesse sentido — mesmo hoje, segundo Magna, também não temos um cenário ideal sobre o tema.
Ainda quanto às motivações, a professora indica que “a problemática dos micropoluentes (um sério problema), a Lei do PNRS e o Projeto Descarte Consciente, que conheci através do Grupo de Farmácia e NUPLAM [que são da UFRN] e suas ações com totem de descarte no Centro de Convivência e divulgação sobre a temática” foram importantes para dar impulso à construção do Drecon.
Quatro anos depois da idealização e dos passos iniciais, o projeto ganhou espaço nas redes sociais, graças aos alunos envolvidos. O foco principal no perfil do Instagram do projeto é dar mais visibilidade à causa da logística reversa.
Atividades Educativas
O Drecon tem uma preocupação especial em relação a como as pessoas percebem a forma como descartam o lixo, ao ligar uma atenção mais relevante sobre a problemática com a realidade urbana. “Nossa proposta era fazer uma atividade investigativa em escolas sobre a percepção do descarte de medicamentos e desenvolver ações com elas para capilarização do descarte correto, divulgando as iniciativas dessas comunidades e trocando saberes”, observa Magna.
Mesmo que incipientes, a professora indica que, em 2025, devem ocorrer diversos desenvolvimentos a respeito de parcerias com a iniciativa privada e gestão pública. Com atenção especial à logística reversa, está prevista também para o próximo ano uma maior integração com cooperativas que trabalham com resíduos, além de atividades do Drecon com as comunidades do entorno.